segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Acidentes no transporte aquático: Acaso ou Descaso?


Quando falamos de segurança e prevenção de acidentes, lembramos logo de manutenção, vistoria, treinamento e informação. As estatísticas afirmam que 40% dos acidentes ocorrem por negligência da manutenção que normalmente são reflexo do descaso dos proprietários dos objetos principais envolvidos no acidente, muitas vezes empresários que só se interessam pelo lucro. Fatos recentes não faltam para reforçar essa tese, como o acidente no parque de diversões (RJ, 14/08) e tombamento do bonde em Santa Teresa (RJ, 27/08).
Um artigo da revista Previdência e Seguros (http://www.aerodinamica.com.br/PORTUGUES/seguro.html) mostra estatística em que o transporte aquático ocupa o 2º lugar em número de óbitos por milhões de passageiros, atrás do transporte automobilístico (1º lugar) e seguido pelo transporte ferroviário (3º lugar) e transporte aéreo (4º lugar, e considerado transporte mais seguro do mundo).
No transporte aéreo, segundo o site planecrashinfo.com, 56% dos acidentes ocorrem por falha humana, 12% por condições climáticas e 20% por falhas mecânicas, que é um percentual que ainda assusta, visto que esse setor já prima pela falha zero no que diz respeito a máquinas, com investimento alto em programas de manutenção rígidos e fiscalização constante.
Na minha opinião o transporte aquático não difere muito do aéreo no que diz respeito ao risco de morte, pois o mar ou rio reduz as chances de sobrevivência, independente do tipo de acidente ocorrido, assim como a altitude. O que difere é apenas o cuidado com a manutenção. Se não fosse isso, a aviação estaria numa posição pior que a navegação nas estatísticas mostradas nos parágrafos anteriores.
Mas parece que as empresas e autoridades ainda não acordaram para essa realidade. O que vemos é que o transporte aquático na maioria dos casos ainda é tratado como algo “trivial”, muitas vezes executado por pessoas ou empresas que o tratam de forma rudimentar, sem preparo adequado e às vezes até mesmo sem autorização; ou então que os problemas que presenciamos são “comuns” e “fazem parte” da realidade do transporte aquático. Concordar com isso é entregar a vida ao acaso.

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