Nesta data, indignado com o último acontecimento, enviei o email abaixo ao programa Balanço Geral (TV Cidade / Rede Record – canal 6):
de Mauro Jansen para balancogeral@cidadesat.com.br data 20 de setembro de 2010 22:17 assunto Precariedade do transporte São Luís-Alcântara Ao programa Balanço Geral: Desde que comecei a trabalhar em Alcântara, tenho vivenciado e observado a precariedade do transporte São Luís-Alcântara, que é usado por moradores da cidade e várias outras pessoas que, assim como eu, também fazem esse percurso, seja a trabalho, passeio ou por necessidade. O curioso é que só "acordamos" para dessa realidade ao passar por uma situação de perigo como a que passei recentemente (o catamarã em que eu estava ficou à deriva no mar porque a vela, cheia de remendos, rasgou e o cabo do arranque do motor se partiu). Gostaria de registrar aqui essa realidade e sugerir que sua conceituada equipe de jornalismo considere a possibilidade de fazer uma reportagem sobre a mesma: - As embarcações (lanchas, barcos de madeira e catamarã) não oferecem o mínimo de conforto e segurança aos passageiros, além de trafegarem muitas vezes na lotação máxima ou acima desta (visto que vão passageiros em pé); - A quantidade de embarcações que fazem essa viagem não atende à demanda de passageiros; - A tripulação não tem preparo para prestar atendimento de qualidade aos passageiros e turistas e muito menos primeiros socorros; - A conservação das embarcações é péssima, o que mostra que o lucro é apenas para enriquecimento dos donos, que no caso da principal empresa, comenta-se que são políticos. Uma das lanchas tem 36 anos; - Não há local específico para cargas e bagagens nas embarcações: elas ficam amontoadas no meio da passagem e a bagagem de mão no colo, no chão, ou pior, ocupando cadeiras; - A infra-estrutura portuária também não é nada boa, principalmente quando o embarque/desembarque é feito na Ponta da Areia; - Não há serviço de resgate ou salvamento rápido em casos como esse: não há embarcação de prontidão para efetuar reboque, salvamento ou resgate emergencial, seja da Capitania dos Portos ou outro órgão; - Ao ligar para a Capitania dos Portos no meio de uma emergência, eles se preocupam mais em registrar a ocorrência, fazendo um verdadeiro interrogatório para coletar os dados do reclamente e da ocorrência, em vez de priorizar buscar uma solução para o resgate e salvamento; - Quanto aos coletes salva-vidas, estes estão em péssimas condições (sujos, com mofo, baratas, nó, ou deteriorados), em local de difícil acesso em algumas embarcações, e não há recomendação nem fiscalização sobre a obrigatoriedade de uso, nem nas embarcações menores. O pior de tudo é que não temos outra opção de viagem que seja rápida e viável, pois a viagem por ferry boat se torna mais cara e demorada, por não haver transporte coletivo direto e regular do Cujupe até Alcântara, e por causa das da má condição da estrada. Espero que medidas sejam tomadas antes que ocorra outro acidente com vítimas como já ocorreu anos atrás com a lancha "Bate-Vento" . Espero também que com a reforma da estrada Cujupe-Alcântara alguma empresa ofereça transporte terrestre São Luís-Alcântara-São Luis via ferry boat, como já existe para cidades próximas ao Cujupe como Bequimão e Pinheiro. Do contrário, de que adianta propaganda dos atrativos turísticos da cidade de Alcântara se a primeira (má) impressão que o turista tem é na viagem. Assim como no transporte aéreo, no marítimo também não podemos contar com a sorte e sim buscar falha zero. Links e notícias relacionadas: http://www.jornalpequeno.com.br/2009/9/11/Pagina121844.htm http://imirante.globo.com/noticias/2009/09/10/pagina214018.shtml http://www.youtube.com/watch?v=cXnUIqnsJqY Saudações, -- Mauro Henrique Jansen Pereira Professor - Área: Informática/Software Livre IFMA - Campus Alcântara |
O apresentador do programa (Sérgio Murilo) comentou a denúncia logo no dia seguinte ao envio do email, por, dando bastante ênfase ao problema por vários minutos e cobrando ações da Capitania dos Portos.